Os estudantes do MBA em Gestão de Negócios tiveram a oportunidade de assistir, no último dia 1º de dezembro, a palestra 'Evolução das exportações Brasileiras para a China e o Japão: padrões de especialização e competitividade', ministrada pelo pelo Professor Doutor Mateus Silva Chang (Keio University e Yokohama University).

A aula especial foi transmitida diretamente do Japão para os alunos da ESEG - Faculdade do Grupo Etapa e teve como foco principal abordar temas como:

  • A participação das exportações brasileiras no contexto mundial;
  • A política de atuação do Brasil como player global;
  • Evolução das exportações brasileiras para a China;
  • Histórico das relações comerciais com o Japão e a China;
  • Mudanças nos padrões de especialização e competitividade;
  • Estudo sobre as características de setores de atividade econômica nas exportações brasileiras para o Japão e a China.


Para o professor da ESEG, Paulo Izumi, os assuntos tratados foram fundamentais para ampliar a visão dos alunos para um contexto internacional globalizado e cada vez mais competitivo, com particular interesse nas relações comerciais entre o Brasil e países asiáticos. “A palestra trouxe reflexão sobre os mecanismos da economia externa e sua influência sobre os negócios e estratégias empresariais, algo de muita relevância para os alunos do curso de MBA em Gestão de Negócios”, comentou o docente.

O palestrante Prof. Mateus Chang abordou a evolução das exportações brasileiras nas décadas de 1990 e 2000 e também fez algumas projeções para dias atuais. Durante este período, o país procurou ampliar o fluxo de comércio com outras nações, bem como a diversificar os parceiros comerciais, com o intuito de consolidar o comércio internacional brasileiro e reduzir a dependência do país em relação a determinados parceiros comerciais. “Neste contexto, os países do Leste e Sudeste Asiático se apresentaram como novas fronteiras a serem exploradas pelo comércio nacional, com a China e o Japão sendo os principais parceiros comerciais”, disse Chang.

Após uma breve exposição sobre o histórico das relações comerciais do Brasil com estes dois países, dados sobre os padrões de especialização e competitividade dos produtos brasileiros nestes dois mercados foram apresentados, onde constatou-se que o padrão das exportações brasileiras para os países em questão tornou-se mais especializado em produtos com menor intensidade tecnológica e para os quais o país apresenta vantagem comparativa e cuja contribuição ao saldo comercial brasileiro é positiva. 

Para o professor Mateus Chang, a pauta de exportação brasileira para a China e o Japão tornou-se mais concentrada em produtos primários e baseados em recursos naturais, revelando que a complementaridade entre a economia brasileira e a chinesa e japonesa foi fator preponderante para definir o padrão das exportações brasileiras para esses países. “A necessidade dos dois países em importar recursos naturais e matéria-prima para suas produções foi o que definiu as exportações brasileiras. Por outro lado, a concentração das exportações em tais produtos é interessante, uma vez que ao deter certa vantagem sobre seus concorrentes, o Brasil pode exportá-los a preços mais competitivos, superando a concorrência no mercado dos países importadores”, explicou. 

A palestra foi encerrada com uma importante questão para reflexão aos alunos, pois dada a constatação de um padrão de exportação brasileiro cada vez mais especializado em produtos para os quais o país apresenta vantagem comparativa, mas que possuem baixo valor agregado, qual seria então a melhor política para o Brasil? As sugestões foram a de prosseguir com uma pauta de exportação concentrada em produtos com menor valor agregado, porém para os quais o país é competitivo, ou incentivar um aumento gradual no nível tecnológico das exportações para a China e o Japão. No final da aula, os estudantes tiveram a oportunidade de expor suas opiniões junto ao professor Paulo Izumi a respeito do tema e das questões apresentadas.