História, cultura e valores foram os temas centrais do encontro


Você já parou para pensar qual é a importância da história para o crescimento das empresas? Esse foi o tema da aula magna ministrada à turma do novo MBA da ESEG – Faculdade do Grupo Etapa, cujas atividades tiveram início na última terça-feira, dia 22 de março.

A palestra foi realizada no segundo dia letivo (quinta-feira, dia 24 de março) e ministrada pelo professor Vinícius Müller, graduado em História, mestre em Economia e doutor em História Econômica.

A dinâmica também contou com a participação da professora doutora Silvia Boarin, coordenadora da pós-graduação da ESEG, do professor doutor Fernando Umezu, coordenador da graduação em Economia da ESEG, e do professor  Hong Yuh Ching, docente do curso, que contribuíram para um debate enriquecedor junto aos alunos.

O intuito da atividade era compreender como a cultura e a ética são fundamentais para o desenvolvimento econômico de países e empresas. Para chegar a essa resposta, Müller construiu, com a ajuda dos alunos e demais professores, uma lista com os países mais desenvolvidos de acordo com a percepção dos presentes. Estados Unidos, Alemanha, China, Inglaterra, Japão, França, Austrália, Coreia do Sul e Uruguai estavam entre as nações citadas.


Durante a conversa, os presentes investigaram, por meio de fatos históricos, quais motivos foram preponderantes para que tais países fossem considerados desenvolvidos. O professor Müller explicou que Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França e Japão foram os pioneiros na Revolução Industrial, o que resultou no fortalecimento e desenvolvimento da indústria em seus territórios. Outro fato importante é a educação. Segundo Müller, em 1910, 92% da população dos Estados Unidos já era alfabetizada.

Então fica a questão: se a educação e a industrialização são os aspectos mais relevantes para o desenvolvimento econômico de um país, por que o Brasil não entrou na lista criada pelos participantes? O ensino no Brasil teve um crescimento satisfatório nos últimos 30 anos e sua indústria também é muito forte e variada. O fato é que a indústria e a educação andam juntas, mas o ponto de intersecção entre elas não é sempre o mesmo nos países, em sua história. É por isso que não se pode analisar o desenvolvimento de uma nação considerando apenas o presente. É preciso fazer uma análise histórica.

Para justificar a sua conclusão, o professor contou a história do Japão, país com uma cultura fechada resistente ao Ocidente.  “Na década de 1950, Tóquio era a 4ª ou a 5ª cidade mais importante do mundo, o que despertou o interesse dos Estados Unidos. Para entrar no mercado japonês, os Estados Unidos começaram uma guerra. O Japão tinha um problema para se defender: não tinha governo unificado, eram vários grupos de militares. Como o Japão não tinha exército, o país teve que mudar a estrutura para enfrentar os Estados Unidos, para isso, teve que acabar com os soldados pequenos e isolados, os samurais”, contou o professor.

“Na cultura japonesa, o samurai representa o valor fundamental: a honra, a lealdade, a coragem e a hierarquia. Como os valores são transferíveis, o samurai transferiu os seus valores para o imperador. Se você pode transferir o valor do Samurai para o imperador, você consegue transferir os seus valores para a empresa.”, concluiu.

Com isso, todos presentes na palestra puderem compreender que o desenvolvimento econômico pode estar atrelado ao território, ao desenvolvimento, à produção, mas não se pode excluir a atuação ética dessa lista.