Abertura com drones, robô gandula, mas o que chamou atenção mesmo foi CUE, o robô cestinha


Os Jogos Olímpicos 2020, em Tóquio, têm utilizado a tecnologia desde a sua abertura. Para o entretenimento, durante o intervalo do basquete, o robô humanoide fez arremessos certeiros.


Imagem de reprodução / Toyota

CUE foi desenvolvido por colaboradores da Toyota, no Japão, de forma voluntária e já está em sua quinta versão. O robô tem 2 metros e 13 centímetros e realizou cestas da linha de três pontos e do meio da quadra. Sua terceira geração entrou para o Guinness World Record em 2019 ao fazer 2020 cestas consecutivas.

“Foram desenvolvidos desde sistemas eletromecânicos capazes de lançar uma bola, bem como sistemas computacionais que analisam imagens e tomam decisões que ativam corretamente os componentes eletrônicos com os parâmetros energéticos adequados”, explica o mestre Rodrigo Aquino, coordenador do curso de Engenharia de Computação e do Núcleo de Inteligência Artificial e Robótica da ESEG - Faculdade do Grupo Etapa. “Esse problema torna-se muito complexo já que o lançamento parte de posições diferentes, e a cada novo lançamento também existe uma variação de posicionamento da bola nas mãos do robô”.

O coordenador afirma que, para acertar as estimativas, os sensores implantados devem ser bem desenvolvidos. Isso porque essas são as entradas de informações como a distância da cesta e o peso da bola para que as decisões de ângulo e força de arremesso a serem aplicadas sejam tomadas.

“Todas essas variáveis devem ser colocadas dentro desse sistema que pode ser ‘treinado’ para aprender quais são os valores ideais de lançamento de acordo com a situação e, após diversas fases de treino, o robô poderá ter lançamentos mais precisos”, completa.


Robôs no esporte

Além do basquete, Aquino afirma que é possível desenvolver diferentes robôs atletas. “Podemos imaginar que cada esporte pode ser visto como um problema novo a ser resolvido, podendo ser dividido em subproblemas com objetivos definidos. Cada desses problemas poderá ter soluções computacionais e/ou mecânicas que podem ser desenvolvidas para alcançar o objetivo final do jogo”.


O avanço tecnológico

“É interessante ver a aplicação de tecnologias eletromecânicas e computacionais no desenvolvimento de soluções que realizam tarefas complexas que antes eram apenas desenvolvidas por humanos. Tais aplicações mostram que ainda podemos otimizar ainda mais nossos processos produtivos e desenvolver novas técnicas de trabalho em diferentes áreas, utilizando robôs como suporte”, afirma o coordenador.