Doações de alimentos, roupas e material de construção são algumas das ações desenvolvidas por alunos
A ESEG entende a importância de ações voltadas para a sociedade e incentiva alunos e professores a trabalhar em projetos focados ao tema. O Professor-Doutor João Walter Saunders provoca nos alunos de Engenharia de Produção, na disciplina Gestão de Projetos, esse olhar para ações sociais como complemento da teoria adquirida em aula.
“Essa abordagem é baseada no Service Learning, que é o aprendizado em torno de projetos e ações sociais”, comenta o professor. Cada grupo, com no máximo quatro pessoas, precisa planejar e executar o projeto até o final do semestre. “Ao longo das aulas, fazemos acompanhamento e os alunos precisam entregar cronograma, escopo, plano de custos quando necessário, apresentação de resultados, indicadores de qualidade e por aí vai”, explica o professor.
Lucas Pereira, Mayra Trindade, Rafael Gonçalves e Reginaldo Santana, responsáveis pelo projeto 'Transcender'', ajudaram a Casa Florescer - acolhe mulheres travestis e transexuais - com arrecadação de dinheiro. “Foi um projeto longo que nos exigiu grande responsabilidade, que vai agregar em nossa carreira porque nos deu experiência e uma visão mais íntima de como lidar com projetos em geral, além de aprimorar soft skills como organização, planejamento, perfil multitarefa e comunicação”, relata Mayra.
Em vista de conseguir roupas, cobertores, ingredientes e recipientes para sopa, Victor Jesus, Vinicius Musso e Vinicius Pereira conduziram o projeto “Sopão”. Vinicius Musso conta que há mais de 20 anos Cid Musso Jr. atua por conta própria no auxílio às pessoas necessitadas. “No período da pandemia, os trabalhos se intensificaram devido ao aumento de pessoas em situação de rua. Por isso, vimos a oportunidade de aplicar conceitos aprendidos em aula para potencializar os ganhos dessa ação social. Tivemos o cuidado de higienizar os produtos arrecadados por causa da Covid-19”.
O projeto “Futuro do Bem” auxiliou a Lalec - instituição que atua como casa de acolhimento para crianças em situação de vulnerabilidade - e foi criado por Guilherme Corrêa, Guilherme Hanashiro e Vinicius Hideo. “A Lalec passava por necessidades devido ao coronavírus. Por isso, trabalhamos para arrecadar doações de livros, roupas, brinquedos e dinheiro para a instituição”, comenta Vinicius.
Para ajudar no resgate de animais, Isadora Alves, Lorena Santos e Rebeca Silva colocaram em prática o projeto “AMAR”, que apoiou o Projeto Maya, de Campinas. Isadora conta que para realizar a ação se basearam em pesquisas que “mostraram queda de 50% das doações durante a pandemia”. O projeto arrecadou ração; biscoito; remédio anti pulga e carrapato; vermífugos e ajudou na realocação de três filhotes para uma ONG na cidade de São Paulo.
Larissa Xavier, Guilherme Oliveira e Leonardo Pinheiro criaram o “Viver pro Bem” e beneficiaram a ONG VIVA ZN, que incentiva o esporte, a cultura e o lazer de crianças e adolescentes de comunidades carentes da Zona Norte de São Paulo, além de recolher e distribuir cestas básicas, kits de higiene, roupas e cobertores. “O trabalho ensinou a desenvolver um projeto desde o início, além de nos permitir ver nossas forças, fraquezas, privilégios e desafios. Transformou não apenas nossas carreiras, mas também nosso lado humano”, conta Leonardo.
Com projeto voltado para incentivar o aprendizado em Finanças, os alunos Alan Cho, Erik Yamanaka e Stephanie Joly criaram o “Learn Investments”, portal para ensinar de forma prática sobre investimentos. “Durante a faculdade e o estágio, aprendemos sobre investimentos e sabemos como é confuso para quem não tem capital suficiente para investir em um curso de boa qualidade. Por isso, resolvemos juntar as informações necessárias em um único lugar e transmitir esse conhecimento”, relata Alan. “Disponibilizamos áudios e PDFs para as pessoas lerem e escutarem on-line, mas também com opção de baixar o conteúdo e ter a informação onde quiser”.
“Unidos pela Família Construide”, projeto dos alunos Camila Brito, Paulo Lino e Thaís Marciano, ajudou a ONG Construide que constrói casas para famílias em situação vulnerável. “O projeto que a faculdade sugeriu agrega não apenas profissionalmente, aumentando nosso conhecimento de como gerir um projeto e executá-lo, mas no pessoal também, por ser uma oportunidade incrível de ajudar a construir um lar para uma família”, compartilha Paulo.
O professor João Saunders conta que “o retorno veio pelo maior engajamento da turma pelo ponto de vista social e empreendedor, já que muitos precisam buscar fontes de renda para que o projeto se torne viável”. Saunders completa que “quando se tem a possibilidade de juntar o conhecimento prático com o teórico facilita a aprendizagem, o aluno passa a entender como deve utilizar a ferramenta de Gestão de Projetos. Outro ponto, é o desenvolvimento das competências chamadas soft-skills, como liderança, negociação e comunicação”.
Os alunos reafirmam a proposta do professor e da faculdade. “Atuar em uma ação social foi uma excelente forma de aprimorar e construir as habilidades e interações sociais, criatividade e relacionamentos. Com isso, aprendemos a desenvolver maior sensibilidade e empatia, aprimorar os conhecimentos aplicando a teoria à prática, além do grande aprendizado com planejamento”, relata Lorena Santos.
“Muitos projetos na ESEG nos expõem a realidade. Já fomos em empresas analisar e propor melhorias no processo produtivo, já criamos produtos e, por fim, fizemos uma ação social. Conhecemos a gama de projetos que nós, engenheiros de produção, podemos participar. Isso mostra muito sobre a cultura da faculdade e também do professor. Além de nos dar todo o suporte, conforta o coração saber que almejam formar profissionais empáticos”, termina Isadora Alves.